Mobbing
Não, não é a arte de fazer um flash mob em que, do nada, começas a dançar e a fazer uma coreografia em espaço público. Antes fosse, sinceramente. E não tem piada nenhuma.
Mobbing é o mesmo que bullying. A diferença é que decorre no local de trabalho. Muitas pessoas são vítimas destes atos de violência física e/ou psicológica nos seus contextos profissionais. Eu sei que é muito difícil reagir pois é uma relação de poder desigual e há sempre o receio de sofrer represálias mas as consequências de “deixar andar” são bem piores:
stress crónico;
ansiedade;
depressão;
perturbações do sono;
baixa autoestima;
falta de motivação.
O podes fazer?
Falar com amigos. Contar o que se está a passar;
Pedir ajuda a associações de apoio a vítimas de mobbing;
Expor o caso aos recursos humanos ou à Administração da empresa;
Apresentar queixa judicial na Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT).
E atenção, o mobbing é punido por lei! De acordo com o artigo 29.º do Código do Trabalho, o assédio moral no local de trabalho é punido e considerado contraordenação muito grave, conferindo à vítima o direito a uma indemnização.
Mas nada melhor que conhecer um exemplo de mobbing.
Quando assisti a esta reportagem, tive que criar a categoria Red Flag e utilizá-la como pontapé de saída.
Vou separar os pontos de vista tendo em conta a perspetiva:
Perspetiva dos Elementos da Equipa / Colaboradores
Medo. É a palavra que impera. E que regimes se baseiam no medo? Ditatoriais. Não tens palavra a dizer, não tens opinião nem direito a uma vida própria. Basta ligar as notícias para vermos exemplos por todo o mundo, é simples compreender que impor algo a alguém não é a forma de alcançar o que quer que seja. Pelo menos com substância e fundamento para crescer e evoluir. Fiquei comovida com os testemunhos dos vários colaboradores que foram muito corajosos em partilhar o ambiente tóxico, de intimidação, exploração e ilegal. Sim, ilegal. O que aquele CEO está a fazer é ilegal. Não se fiquem só por saber dos deveres mas aprofundem-se sobre os vossos direitos.
Receberes um salário pelo teu trabalho é isso mesmo. Recebes pelo que fazes. Não é, nunca, um motivo para alguém achar-se “dono” de ti. Impedir que tires férias, que descanses, que tenhas um real equilíbrio entre vida profissional e pessoal!
Se estiveres num ambiente desses (mesmo que mascarado com perks que na realidade não te trazem nenhuma qualidade de vida), sai. Denunciar seria ideal mas percebo porque muitos não o fazem. Eu, inclusive, passei por situações desagradáveis que só pensava numa coisa: sair dali ASAP. Por isso, se não denunciares, ao menos sai o mais rápido possível. Não troques a tua saúde mental, física e psicológica por uns trocos ao fim de cada mês. Perdes a todos os níveis. Não há salário que pague um ambiente abusivo e destruidor.
Eu sei que as contas para pagar nunca param por isso, se não encontrares logo uma solução, pensa em ter um trabalho intermédio como, por exemplo, freelancer (Zaask, Upwork, Freelancer ou Fiverr são apenas alguns exemplos) ou qualquer outra opção que te garanta algum dinheiro no fim do mês sem perderes a sanidade mental. Se estiveres nessa situação, envia-me mensagem e eu tento ajudar-te com a tua situação. Seja com dicas no CV, formas criativas e diferentes de te candidatares a locais onde gostarias de trabalhar ou a procurar soluções alternativas.
Perspetiva CEO desta empresa
Garantidamente, ele não é um líder. É um chefe e dos maus. Por mais que publique no LinkedIn que é, faz e acontece a imagem dele está manchada. Há quem pense que o mercado é ilimitado e que não importa a forma como tratas as tuas pessoas mas, mais tarde ou mais cedo, o tradicional “passa a palavra” acaba sempre por fazer o catching up. Por isso, mesmo que a RTP não tivesse feito esta peça, as pessoas deixariam de ir para lá trabalhar. Claro que esta peça serve de catalisador (e bem) para evitar que muitos mais sofram destas condições substancialmente precárias. Para este CEO que decidiu que não iria olhar a meios para alcançar os fins, vai ser muito complicado sair deste buraco onde se enfiou. Fico realmente triste que ainda tenhamos CEOs que pensam que vale tudo para alcançarem os seus objetivos.
Mas tira as tuas próprias conclusões e assiste:
Créditos para a página de Youtube ANTAS DA CUNHA ECIJA ASSOCIADOS
Aprendemos imenso pelo exemplo. Quer ele seja um bom ou mau exemplo.
Certamente que tu já tiveste exemplos na tua carreia em que disseste “epah, nunca faria isso” ou “hum quando tiver uma equipa vou fazer isto”. E porquê? Porque antes de alguém poder ser um líder, é liderado ou chefiado. Qual a diferença? Descobre neste artigo.
Sabemos, na pele, o que é motivador e o que nos destrói por dentro.
Essa humildade de nos colocarmos nos sapatos do outro é algo que sugiro que mantenhas pois ajuda imenso a descortinar se estás a ir no caminho correto, alinhado com os teus valores ou… não.
Mudam os papéis, títulos, responsabilidade mas no fundo estás e estarás sempre a lidar com pessoas.
Não te esqueças de ser uma delas 😉
Boas lideranças,