Filipa Garcia - Se Liderança fosse Fácil, chamava-se...

Tenho o maior orgulho em partilhar a entrevista com a Filipa Garcia e que espero que seja uma inspiração para todos como foi para mim!


Nome: Filipa Garcia

Profissão: Customer Marketing Coodinator

Apresentação: Olá, sou a Filipa, segundo me contam acabei de entrar na década de ouro – os 30’s – e a full time job sou mãe do Henrique, namorada, filha, irmã, neta, e tantos outros graus parentescos.

Sou Mestre em Publicidade e Marketing e apaixonada por dados e analytics, área que me tem motivado muito estudar, tendo tirado uma Pós-graduação em Marketing Intelligence e desenvolvido uma tese sobre Data Mining aplicado às Estratégias de Marketing.

Atualmente sou Coordenadora da Equipa de Customer Marketing da PHC Software e Formadora na Lisbon Digital School. Conto com mais de 8 anos de experiência em Marketing Digital e 4 de experiência em Liderança de equipas.

Segundo a Joana, a Cristina e o Rafael, que fazem parte do meu percurso enquanto líder:

“A Filipa é terrível a organizar pastas no PC (mas sabe organizar uma equipa). Não sabe, de todo, escolher séries para ver (mas sabe incrivelmente os melhores canais a comunicar). Esquece-se de tudo (menos dos prazos das tarefas). Não se percebe.”, Joana

“As pessoas perguntam qual é a diferença entre um líder e um chefe. Eu diria "A Filipa". Segura, assertiva e "empoderada". Aquilo a que chamamos erros ela apelida de aprendizagens, sempre com uma gargalhada indescritível capaz de contagiar a sala mais tensa.”, Cristina

“Há marketing, há marcas e há pessoas que nos marcam! Desde a sua boa disposição, gargalhadas até aos "asaps" de última hora, a Filipa destaca-se pelo seu profissionalismo, qualidades didáticas e pelo seu vasto conhecimento no Marketing Digital. Não existe nenhuma taxa de rejeição, evento ou modelo de atribuição que lhe resista!”, Rafael

Paguei-lhes, claramente. Apanhaste-me. 😋

Espero que a minha partilha possa acrescentar qualquer coisa ao teu dia 😊


Pergunta 1 - O que significa a liderança para ti e que impacto teve na tua vida?

Para mim, a liderança é um enorme desafio que tem muito de skill e nada de soft.

É uma genuinidade que se estuda, que se treina, que se falha e que se volta a tentar. Para mim, genuinidade é das palavras mais importantes da liderança. Se não nos preocuparmos genuinamente com as pessoas, seremos chefes. E chefes, regra geral, são aborrecidos.

Liderança é escuta, motivação, partilha, definição de um caminho, em conjunto, que nem sempre tem de ser comum. Saber isto também é importante. É isto que promove a confiança, o foco no desenvolvimento pessoal e a credibilidade que sinto que faz de alguém um bom líder.

Hoje, a velocidade a que tudo acontece é estonteante, a velocidade a que o mercado mexe, a que todos nós temos acesso a novas informações, a que os nossos planos mudam e a que as nossas ambições crescem. E tudo isto, torna a Liderança ainda mais desafiante.

Há pouco tempo ouvi numa conferência que o grande desafio não são as gerações Millenials, Y’s ou Z’s – são os tempos. Os tempos e as plataformas que usamos influenciam a forma como todos nós interagimos e lidamos uns com os outros o que, por sua vez, influencia também a liderança.

Como tive oportunidade de dizer na minha apresentação, adoro dados e acredito que a data é uma verdadeira ferramenta para que possamos tirar o melhor partido das estratégias, das ações e das próprias pessoas.

Se não conhecemos muito bem as pessoas que nos rodeiam, como podemos efetivamente contribuir para o seu desenvolvimento pessoal e profissional? Se não conhecermos as suas ambições como podemos traçar um bom plano de desenvolvimento?

Se não conhecermos as suas fragilidades e medos, como podemos criar segurança psicológica?

Se não conhecermos os seus limites, como podemos criar empatia?

Se não conhecermos as suas expectativas, como podemos tornar-nos credíveis?

Se não estivermos dispostos a saber tudo isto, como podermos vir a ser bons líderes?

Por isso mesmo, a data, como em quase tudo na vida, pode ser um importantíssimo motor para os líderes.

- Testes como o do Ned Herman ajudam-nos a compreender como é que as pessoas pensam, e isso permite-nos compreender como é que elas trabalham, também. O segredo passa precisamente por transformar os dados que o teste em si nos dá em conhecimento útil sobre a individualidade de cada um, para que possamos compreender como é que essas características podem contribuir para o todo e como podemos nós enquanto líderes ajudar no desenvolvimento desta pessoa, que se for verde vai ser mais racional e se for vermelha altamente emocional.

- Testes como o de Goleman ajudam-nos a testar a nossa inteligência emocional. Inteligência emocional é essencial para um líder, e o auto-conhecimento é outra das características para mim determinantes.

- Técnicas de recolha de feedback são também importantíssimas e ótimos momentos para alinhar expectativas. A metodologia de CFR permite-nos recolher imensos dados de evolução de cada pessoa e o seu posicionamento face ao expectável para a função. A tendência e as naturais discrepâncias que podem existir entre o seu “auto-feedback” e o feedback do seu líder constroem o primeiro passo para a evolução e o desenvolvimento.

- Sistemas de Happy Scores simples, que pretendem perceber o estado de espírito das pessoas podem também ser riquíssimas fontes de informação, que vão ajudar a compreender a motivação e alegria de cada um ao longo do dia, do mês ou do ano, facilitando a criação de dashboards que nos permitem identificar os focos de atenção e energia para manter a equipa motivada e engaged.

Para mim, liderança é um mix de tudo isto, com uma pitada gigante de tudo aquilo que ainda tenho por aprender.

 

Pergunta 2 - Qual o exemplo de liderança que te marcou positivamente?

Se calhar embalada pelo momento que estamos a viver à data da escrita - o Mundial de Futebol '22 - eu vejo liderança a acontecer em cada jogo de futebol.

Existe muita tendência de falar de liderança com o líder, ou de achar que a boa liderança é feita por um bom líder, por um bom capitão de equipa. Mas na minha opinião, liderança não é isso de todo. Liderança é acima de tudo feita pelas pessoas que nos rodeiam, pelas equipas. Um bom líder é um facilitador, tira os obstáculos da frente para permitir o bom trabalho de uma boa equipa.

Assim como um jogo de futebol. Às vezes só precisamos de alguém que nos diga "Vai tu que bates bem". Que se levante do banco com a perna ligada e que nos ajude, que nos guie, que nos motive e que nos faça acreditar até ao último minuto.

(Que memórias boas, lembras-te?)

Quando um líder pega em nós e nos diz que somos capazes, que podemos lá chegar e nos ajuda a construir o nosso caminho e a chegar aos nossos objetivos, eu estou perante alguém que me marca.

Porque, para mim, a liderança não é sobre o líder. É sobre a equipa.

 

Pergunta 3 - Mudavas alguma coisa no teu percurso profissional?

Tenho tido oportunidade de construir um percurso profissional sólido, que me desafia todos os dias, que me faz crescer todos os dias, e que testa os meus limites.

Sou uma jovem digital e uma jovem líder, que está longe de saber tudo e que procura investir no desenvolvimento pessoal e profissional, lado a lado.

No que se refere à liderança, tenho tido a oportunidade incrível de construir carreira numa empresa que tem um projeto de liderança fortíssimo que nos dota de ferramentas, formações e nos dá um acompanhamento muito personalizado, colocando à minha disposição grande parte do que preciso para continuar a ser mais e melhor.

Fazer as coisas de coração acho que ajuda a construir, também.

No outro dia ouvi uma conferência da Marketeer e um dos oradores disse uma frase que me marcou: A força das marcas está na emoção que lhes põe. Naquilo que fazem sentir e não naquilo que racionalizam.

Nós somos todos marcas pessoais e isto foi, para mim, um bom take away.

 

Pergunta 4 - Se pudesses falar contigo quando estavas a começar a tua carreira profissional, o que dirias?

Ahaha. Se eu soubesse o que sei hoje, não é verdade? 😄

Creio que diria uma coisa que continuo a ter de dizer a mim mesma e que pessoas que admiro imenso me dizem com muita frequência “enjoy the ride”.

Temos tendência a exigir imenso de nós próprios e às vezes isso impede-nos de saborear conquistas, de saborear o “sítio” onde estamos.

Como sou assustadoramente azul (referência a Ned Herman), dar-me-ia também um conselho ligeiramente mais “racional”: foca-te nos teus objetivos e cria milestones intermédios. Ajudam a celebrar, ajudam a sentir que estamos no caminho certo e ajudam a que manter-nos focados no que é realmente importante para o destino final. O resto, é paisagem “da ride”. 😊

 

Pergunta 5 - Qual o melhor conselho que já te foi dado até hoje e que queiras aproveitar para transmitir agora?

Isto pode vir a parecer estranho, mas há realmente um conselho do qual me lembro imenso e que acho que com imaginação conseguimos aplicar às mais variadas situações da nossa vida.

Quando tirei a carta de condução, estava a conduzir numa reta e o meu pai ia no banco do pendura. E eu estava para aí com a terceira mudança engatada porque uns metros à frente sabia que ia ter uma lomba, e o meu pai diz-me assim “mas porque é que não metes uma quarta? O carro está a pedir” e eu “Porque mais à frente vou ter uma lomba”, e o meu pai disse “E então? Se o carro tem cinco mudanças são para usar, nem que seja por dois metros”.

E lembro-me imenso disto, quando vou a conduzir mas não só.

Temos de saber arrancar, acelerar e abrandar quando nós próprios sentimos que é o momento, quando o nosso carro assim o exige.

Conhecermo-nos a nós próprios e os nossos limites é essencial seja qual for o caminho que escolhermos seguir. Ajuda a aliviar stress, ajuda a definir objetivos alcançáveis, ajuda a planear, ajuda a parar para pensar. Parar para pensar é incrível, mas quantos de nós têm coragem de puxar o travão de mão uma vez por semana que seja, e dedicar tempo a pensar? Na estratégia, no que correu bem, no que correu mal, no que podemos planear melhor, analisar os milhões de dados que temos…

A tendência de ir sempre em terceira é tramada. E se formos na autoestrada, pode até ser perigosa.

 

Partilha Final

Não sei se te acontece, mas quando dou por mim é de noite. Quando dou por mim é sexta. E quando dou por mim já há luzes de Natal na Avenida da Liberdade.

A vida é corrida mesmo, a minha avó tem razão.

Aproveita cada momento para aprenderes qualquer coisa, traça os teus objetivos e... enjoy the ride.

Se pelo caminho sentires uma vontade incontrolável de gritar, partir pratos e, quem sabe, de puxar cabelos, lembra-te de mim. Provavelmente estarei lá também.

A viagem é bonita, mas ninguém disse que era fácil...

Como se dizia lá na minha terra, se [liderança] fosse fácil, chamava-se futebol!

(Estou a brincar!!!! Isto dá sempre polémica! 😁 )


Quero agradecer à Filipa pela partilha fantástica!

Deixo aqui o LinkedIn para que a possas seguir:

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É sempre muito bem vinda!

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