Soft Skills que não têm nada de “soft”

Há uns dias li um artigo no LinkedIn que mencionava a importância das soft skills e em como deveriam passar a chamar-se de power skills.
E devo admitir que concordo a 2000%!

Quantas vezes já nos deparámos com pessoas que são muito mas muito boas naquilo que fazem, tecnicamente, mas que não sabem lidar com os restantes colegas?

Infelizmente, é uma realidade mais frequente do que gostaríamos, e que causa vários desafios adicionais dentro das equipas. Seja por ego, por desconsideração pelos outros ou até mesmo incapacidade de lidar com terceiros, é sempre necessário vir alguém com as tais “softskills para desbloquear os temas e aligeirar as tensões criadas.

O próprio termo desvaloriza imenso a importância de quem é perito nesta arte de lidar com as pessoas e conseguir trazer ao de cima, o melhor de cada um. Não há uma especialização técnica propriamente dita mas há sim, uma capacidade gigante de empatia e de inteligência emocional que permitem potenciar e motivar os outros.

Sem dúvida, uma arte. Pois não há nada mais difícil e desafiante que lidar, liderar e gerir pessoas. Cada uma com a sua realidade, vivência, personalidade e feitio. E para quem tem este super poder, é importante perceber e valorizar que é algo muito cansativo. Saber o que dizer, na altura certa e, por vezes, o que não dizer, são aspetos muito importantes e que, no fim do dia, se refletem num cansaço e preocupações adicionais.

A Humanidade encontra-se de tal forma evoluída em termos tecnológicos que a componente humana tem vindo a ficar para último lugar. As promoções são baseadas nos aspetos operacionais e não nas capacidades de liderança, e existe ainda, uma cultura errada de valorizar quem fica horas extra em detrimento de quem consegue gerir bem o seu tempo, ao ponto de conseguir fazer tudo o que é da sua responsabilidade, dentro do horário de trabalho. Os exemplos são muitos e variados.

Mas, por outro lado, também tenho sentido uma ligeira mudança. Pode não ser uma mudança suficientemente grande (como deveria) mas, finalmente, começa a acontecer. A cultura do hustle já começa a ser desencorajada (finalmente!) pois esta ideia de que temos que nos matar para sermos bem sucedidos no trabalho, não é, de todo, saudável. É importante esclarecer se: vivemos para trabalhar ou trabalhamos para viver?

E se tivermos o super poder de saber lidar com os outros, ainda temos mais poder de conseguir continuar a manter esta mudança ao conseguir aligeirar e relativizar os desafios do dia-a-dia, potenciar comportamentos saudáveis dentro da equipa (como não deixar que as pessoas de férias sejam contactadas), dar o exemplo em variados temas e motivar a equipa como um todo, e cada indivíduo em particular, a conseguir equilibrar mais a sua vida, e a ultrapassar vários temas que vão muito para além do aspeto profissional.

As hard skills podem ser aprendidas e são importantes, é verdade. Mas nunca desvalorizes o real poder das “soft” skills pois só com elas é que conseguimos garantir uma ambiente de evolução e melhoria contínuas!

Por isso, usa e abusa do teu super poder e continua sempre a crescer!

Boas lideranças e power skills,

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